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Diretor do DAEVS destaca a iniciativa da SVSA de criar o Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica (CNIE)
A vigilância epidemiológica no Brasil evoluiu muito nos últimos 20 anos, desde a criação da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde. Fortalecida nacionalmente, agora é o momento de caminhar junto com as Américas, rumo a uma vigilância integrada. Nesse sentindo, o Painel 3 da 17ª Expoepi, realizado no dia 9 de novembro, discutiu o tema “Vigilância em saúde: avanços nos últimos 20 anos no Brasil e perspectivas nas Américas”. As atividades foram coordenadas pelo pesquisador da Fiocruz de Minas Gerais, Fabiano Geraldo Pimenta Júnior.
A primeira fala abordou uma perspectiva histórica sobre vigilância em saúde, feita pelo professor sênior do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Eliseu Alvas Waldman. O professor apresentou os países percussores da vigilância, o desenvolvimento dos processos de implantação dos centros de controle de doenças, as principais características da vigilância e as transformações do cenário político internacional que levaram à organização da vigilância global. “Para alcançar seus objetivos, a vigilância tem que estar muito bem articulada com as redes de pesquisas e inovação, com os órgãos regulatórios e, claro, com a atenção primária à saúde”, afirmou Eliseu.
Em seguida, o Consultor Nacional de Análise de Situação em Saúde na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Juan José Cortez Escalante, falou sobre a importância da integração das vigilâncias nas Américas. Ele destacou que a integração da vigilância em Saúde nas Américas envolve a harmonização de sistemas e a cooperação entre países para garantir que as informações sejam compartilhadas efetivamente e que as ameaças à saúde possam ser identificadas e abordadas em toda a região. Para ele, os desafios da vigilância nas Américas incluem os recursos limitados para aquisição de novas tecnologias, treinamento de pessoal, implementação de sistemas robustos de informação, proteção de dados, resposta coordenada a surtos transfronteiriços e harmonização de protocolos entre os países.
Na sequência, o professor Carlos Castilho Salgado, da Johns Hopkins University (EUA), destacou o papel da divulgação científica e da formação em epidemiologia como pilares da vigilância em saúde. O palestrante afirmou que o movimento acadêmico, a inteligência analítica e epidemiológica reconhecem as tendências espaciais e territoriais e permitem a transformação da saúde pública.
Por fim, o diretor do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (DAEVS/SVSA), Guilherme Loureiro Werneck, falou sobre os desafios e oportunidades da epidemiologia e vigilância em saúde no século XXI. Ele ressaltou a importância da iniciativa da SVSA de criar um Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica (CNIE), com a fusão de diferentes bases de dados coletados em condições heterogêneas para transformá-los em informação epidemiológica para subsidiar o monitoramento do perfil de doenças e agravos e a identificação precoce de risco e eventos emergenciais à saúde e promover uma resposta oportuna. “A realidade de nossa saúde vai muito além do que a resposta para a emergência de saúde pública. Então, o centro de inteligência precisa se ater às questões de emergência de saúde pública e gerar informações para que a gente consiga dar conta dos agravos e mazelas que afetam a população brasileira”, disse o diretor.